Muitos produtos eletrônicos velhos estão empoeirando em armazéns à espera de serem reutilizados, reciclados ou jogados fora. Nos EUA, o Environmental Protection Agency (EPA) estima que cerca de três quartos dos computadores vendidos estão armazenados em garagens e armários. Quando jogados fora, acabam em aterros ou incineradoras ou, mais recentemente, são exportados para a Ásia.
De acordo com a EPA, mais de 4,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico acabaram em aterros nos EUA só no ano de 2000. Os produtos químicos tóxicos contidos nos produtos eletrônicos podem se infiltrar na terra ao longo do tempo ou são libertados para a atmosfera, impactando comunidades vizinhas e o meio ambiente. Em muitos países europeus regulamentos foram introduzidos para acabar com o lixo eletrônico, que está sendo despejado em aterros sanitários, devido ao seu conteúdo perigoso. No entanto, a prática continua em muitos países. Em Hong Kong, por exemplo, estima-se que de 10 a 20 por cento dos computadores descartados vão para os aterros sanitários.
O “E-lixo” é rotineiramente exportado pelos países desenvolvidos para os em desenvolvimento, muitas vezes em violação ao direito internacional: Inspeções em 18 portos marítimos europeus, em 2005, constataram que 47 por cento dos resíduos destinados à exportação, incluindo o lixo eletrônico, era ilegal. Só no Reino Unido, pelo menos 23.000 toneladas métricas de lixo eletrônico foram enviados ilegalmente em 2003 para o Extremo Oriente, Índia, África e China. Nos EUA, estima-se que entre 50 a 80 por cento dos resíduos recolhidos para reciclagem estão sendo exportados desta forma. Esta prática é legal porque os E.U. não ratificou a Convenção de Basileia.
Fonte:Greenpeace
No Brasil
Livrar o meio ambiente e a saúde pública dessa sucata se torna cada vez mais urgente, mas, apesar da rápida evolução do mercado de eletrônicos no Brasil, ainda não existe uma legislação que regulamente com eficácia o descarte dos produtos eletrônicos, fixando responsabilidades para evitar sua destinação inadequada.
O Brasil consome, anualmente, 1,2 bilhão de pilhas e 400 milhões de baterias de telefone celular. Das pilhas comuns, vendidas no País, estima-se que 40% sejam falsificadas, produzidas sem o menor cuidado e com teor de metais pesados superior ao permitido pela Resolução nº 257, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) - único instrumento legal sobre o emprego de substâncias tóxicas em pilhas e baterias e que obriga os fabricantes a manter coleta desses produtos e a encaminhá-los para reciclagem.