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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Céu estrelado? Não, lixo espacial! Toneladas de lixo orbitando sobre nós a 30.000 Km/h

Cuidado com sua cabeça: manchas de óleo, parafusos, pedaços de metal e até mesmo uma sacola inteirinha cheia de ferramentas fazem parte de um inventário de 400.000 artefatos, o famigerado lixo espacial, orbitando a Terra. Uma nuvem de metal e detritos que vêm aumentando ano após ano. E o que isso tem a ver com ecologia? Tudo!

A hipótese (Síndrome de Kessler) apresentada por um físico da Nasa, sustenta que haverá um momento em que o espaço terá tantos detritos que será impossível utilizá-lo para as necessidades da humanidade. Isso porque, quando dois objetos se chocam, eles geram mais fragmentos, multiplicando assim o número de elementos em órbita. E os satélites que atualmente estão em órbita, por exemplo, são responsáveis por transmitir dados, sinais de televisão, rádio e telefone, sem contar os equipamentos que observam a Terra, fornecem informações sobre mudanças climáticas, podem antecipar fenômenos naturais e fazer o mapeamento de áreas.

E qual a realidade lá em cima? Os astronautas, satélites e a própria estação espacial enfrentam problemas em antever um impacto: Devido à velocidade muito grande em que viaja o lixo espacial, pequenas peças entre 1 e 10 centímetros de tamanho podem penetrar e danificar maioria das naves espaciais. Mas não é só isso, um pedaço de metal de 10cm pode causar tanto dano como vinte e cinco bananas de dinamite! Claro, afinal esse lixo todo circula nosso planeta em velocidades que podem ultrapassar 30.000Km/h !!!

A imagem à esquerda mostra que o risco de dano é real. Esse buraco de 1 cm de diâmetro é o resultado de um detrito que penetrou a antena parabólica do Hubble. Mais? As janelas do ônibus espacial foram substituídas 80 vezes devido aos impactos com objetos de menos de 1 mm.

Durante sua primeira década em órbita, por exemplo, mais de 200 objetos se afastaram da estação espacial Mir, a maioria deles envolta em sacos de lixo. Mas a maior fonte de material significativo são aproximadamente 150 satélites, que foram destruídos ou se desmantelaram, deliberadamente ou acidentalmente. Eles deixaram um rastro de 7.000 fragmentos suficientemente grandes (acima de 10 centímetros), a serem monitorados a partir da Terra.

Por estas razões a NASA (em conjunto com o Departamento de Defesa dos EUA) criou uma rede de vigilância do espaço (menos mal...). Estações de solo monitoram grandes pedaços de lixo espacial para que as colisões com os satélites ou com o ônibus espacial possam ser evitadas. Os planos futuros incluem um esforço de cooperação entre os governos de muitos países para parar de jogar lixo espacial e possivelmente para limpar o lixo já está lá.

E o Brasil tem sua parte de culpa: temos dois satélites de coleta de dados e mais três satélites em conjunto com a China e nenhum desses cinco dispõe de um sistema para que seja feita sua remoção em órbita...



Vejam então as idéias, mirabolantes ou não, para remoção do lixo espacial:

1. Aerogel: Utilizado pela NASA para coletar poeira espacial, a idéia é colocar em órbita painéis cobertos com este material onde pequenos pedaços de resíduos espaciais ficariam presos como insetos em um pára-brisa.

2. Lasers: Instalar canhões de laser em alguns pontos estratégicos e disparar contra o lixo, para desviar sua órbita para mais perto do planeta. Com isso, o lixo queimaria até desaparecer.

3. Braço: Uma espécie de nave não-tripulada, guiada por radares e câmeras, seria equipada com braços robóticos para coletar os detritos.

4. Redes: Sistema de redes gigantes, que formaria um cesto capaz de capturar os detritos e jogá-los mais para baixo.

5. Espuma: Um painel de espuma seria colocado na rota dos detritos. Assim que os objetos passassem por ele, teriam sua velocidade reduzida, caindo de volta no planeta.

6. Fios: Cabos condutores de cobre poderiam ser acoplados a satélites desativados para que eles pudessem ser atraídos pelo campo magnético da Terra.



A Terra é rodeada por pedaços de destroços orbitais que, segundo Nicholas Johnson (Scientific American, 1998), "lembram abelhas furiosas em torno de uma colméia, parecendo mover-se aleatoriamente em todas as direções." Olhe para os os números acima, e você quase pode ouvir o zumbido!

Parece que um novo tipo de emprego deverá ser criado com urgência: Lixeiro Espacial ! E deve ser rentável, considerando que as toneladas de metal sobre nossas cabeças são recicláveis: só nossas cabeças que não. Que tal começarem logo essa limpeza?

Fonte:
http://www.kenlarson.net/code/scienc01.htm
http://www.wired.com/wired/archive/15.05/st_houston.html
http://starchild.gsfc.nasa.gov/docs/StarChild/questions/question22.html
http://www.anthonares.net/index.php?tag=Space-Junk
http://www.treehugger.com/files/2008/04/shocking-space-debris-images.php

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