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quinta-feira, 25 de março de 2010

Podem começar a dizer adeus ao delta do Nilo: Ele está, pasmem, afundando!

O progresso, sob determinados aspectos, é como a mentira, também tem pernas curtas. Uma maravilha da engenharia e da tecnologia pode em um primeiro momento contribuir para a melhoria de vida de muitas pessoas e, logo depois, criar um dos maiores desastres naturais que se possa ter notícia, enterrando ao mesmo tempo milênios de história do Homem.

Para nossa infelicidade é exatamente o que está acontecendo, segundo a Revista Science: O Aswan High Dam , uma das maiores represas do mundo, no Nilo, no sul do Egito, construída para controlar a água, armazená-la para tempos de seca e ainda fornecer energia hidroelétrica, poderá contribuir para uma catástrofe ambiental e levar milhões de habitantes a abandonar o delta.

Segundo a revista, a pior contribuição da represa é a erosão costeira, a subsidência (processo de rebaixamento da superfície terrestre, com amplitude regional a local, por causas tectônicas) e a compactação do solo do delta.

Durante milhares de anos, o rio Nilo tem, de certa forma, compensado por esses processos naturais, através da reposição de sedimentos e água fresca, porém a barragem do Aswan High Dam barragem agora bloqueia os sedimentos mais a montante do Cairo e, como resultado magnífico, o delta está afundando. Com a previsão de que o nível do Mar Mediterrâneo vai aumentar devido ao aquecimento global, o desastre está perfeitamente desenhado.

Cabe lembrar que temos, infelizmente, algo semelhante por aqui. No Pantanal estão sendo implantadas diversas pequenas centrais hidrelétricas com conseqüentes construções de barragens nos rios, para atender à demanda por energia para irrigação e agronegócio. O desastre no equilíbrio do Pantanal, que deveria estar preservado, também aqui fica evidente.

Em resumo, no Pantanal, onde a dinâmica da água dita o ritmo de vida de milhares de pessoas, a pesca, a agricultura familiar, a criação de gado e até o turismo pesqueiro estão ameaçados pela instalação de 116 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) na Bacia do Alto Paraguai – principal responsável pelo regime de inundações periódicas que fazem da região um Patrimônio da Humanidade.

Não somos contra o agronegócio, somos sim a favor da implantação de novas tecnologias para geração de energia, já disponíveis, que não agridam regiões tão importantes ao bem estar de todo o planeta. Qual o real problema de instalar a geração de energia elétrica no Pantanal por meio da energia solar por exemplo? Talvez nosso país, como um dos maiores produtores de Silício do mundo devesse repensar os impostos cobrados pela importação de painéis solares cujas células são fabricadas pelo mesmo Silício que produzimos, resultando em painéis caríssimos para o próprio mercado brasileiro.

De toda a forma, tanto lá quanto aqui, o necessário progresso não irá muito longe caso continuemos implantando projetos míopes com relação à um futuro (muito) próximo. O estrago vai ser grande.

Um comentário:

  1. Estamos arrebentando com o planeta ja faz tempo! Quero ver a hora que o delta sumir mesmo do mapa ou derreter as geleiras o que é que vão fazer

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