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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A Embrapa vai trabalhar para recuperar áreas degradadas, por meio de tecnologia, para uso do agronegócio

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai trabalhar para ajudar o agronegócio brasileiro a recuperar áreas degradadas e assim poder expandir a sua produção sem utilizar novas terras. De acordo com o novo presidente da instituição, Pedro Antonio Arraes Pereira, podem ser recuperados 80 milhões de hectares com o uso de tecnologias. Essa recuperação, aliás, é uma das prioridades na gestão de Arraes. Segundo ele, dois milhões de hectares já foram recuperados no país.

Segundo presidente da Embrapa, as áreas degradadas são principalmente as de pecuária. Em muitas delas, foi plantado pasto por um longo período, como 30 anos, em um solo que já era pobre. Uma das alternativas mais viáveis, segundo Arraes, é a integração lavoura-pecuária e floresta. Pelo sistema, o mesmo pedaço de terra recebe pastagem, com animais, por um período, e grãos no outro, além das florestas. “A renovação da pastagem pode ser feita com milho, arroz, diminuindo a pressão sobre novas áreas”, explica Arraes.

É preciso, porém, de acordo com o presidente da Embrapa, o incentivo ao uso destas tecnologias de recuperação de áreas degradadas. Se for o caso do uso da integração lavoura-pecuária-floresta, por exemplo, o produtor que trabalha com criação de gado não tem máquinas para trabalhar com grãos. “A tecnologia existe, mas tem que ter incentivo para usarem”, afirmou Arraes. Ele acredita que com a recuperação de pastagens degradas será possível dobrar o tamanho do rebanho brasileiro.

O presidente da Embrapa deu as declarações ontem (24) em uma coletiva de imprensa na capital paulista. Ele falou também de uma outra preocupação – e prioridade – na instituição de pesquisa, que é a dependência do Brasil em fertilizantes importados. Atualmente, 70% dos fertilizantes usados no país, principalmente fosfato e potássio, vêm de fora.

A Embrapa vai trabalhar para aumentar a eficiência das plantas na absorção dos fertilizantes. Hoje, segundo ele, elas absorvem em média 50%. Outra ação da Embrapa deverá ser também a busca por novas matérias-primas para os fertilizantes, como, por exemplo, orgânicas, de resíduos. Já existem algumas iniciativas neste sentido, de uso de fertilizantes orgânicos, mas o grande desafio é tornar a produção de larga escala e também economicamente viável, para poder competir com as grandes marcas do setor.
Fonte:ANBA.com.br

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