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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sem telefonia, energia ou água: Os efeitos imediatos do aquecimento global nas metrópoles


Viram a chuva desta semana no Sul e no Sudeste? Alguém ficou sem telefone? A luz foi embora? Pois saibam que as grandes cidades serão especialmente afetadas pelas mudanças climáticas e sofrerão cada vez mais o efeito de novos desastres naturais. Acostume-se, infelizmente.

Violentas tempestades que vem ocorrendo na cidade de São Paulo, causando inundações e mortes, são decorrentes da radiação do solo durante todo o dia quente, criando sobre a cidade uma "ilha de calor". Como São Paulo está próxima do oceano, no final da tarde a brisa marítima entra em contato com o ar quente acumulado durante o dia, provocando as tempestades.

O "microclima" da cidade de São Paulo mudou com a urbanização dos últimos 50 anos. Essas alterações no microclima se repetem em todas as grandes cidades com o aumento da temperatura e a diminuição da umidade, causados pela falta de área verde, pelo concreto e asfalto, pela construção de prédios que impedem a ventilação, pelo aumento da atividade industrial e da poluição proveniente dos carros. Antes, São Paulo era conhecida como a 'terra da garoa', mas hoje a garoa no final da tarde está mais rara, no inverno nem chega a cair mas é mais comum na periferia.

Os temporais que atingiram a cidade de São Paulo na terça-feira (8) provocaram inundação de um pavilhão do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) destruiu 300 toneladas de frutas e causou um prejuízo estimado em R$ 220 mil aos comerciantes do armazém. A cidade de São Paulo nunca tinha registrado tanto volume de chuva em setembro em apenas 24 horas desde que o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) começou a medir a precipitação, em 1943.

E não é só nos grandes centros que a alteração climática começa a provocar problemas: O Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram) confirmou nesta quarta-feira (9) que três tornados atingiram três cidades de Santa Catarina na madrugada de ontem, causando mortes, ferimentos e desabamentos. As cidades atingidas foram Guaraciaba, Santa Cecília e Salto Zeloso. Segundo o Epagri/Ciram, os tornados atingiram a categoria F1 na Escala Fujita de classificação de tornados - que vai de F0 a F6 -, com ventos entre 120 a 180 km/h.

Fica a pergunta: Alguém aqui se recorda de fatos como esses em anos anteriores?

O grande problema é que não temos (pelo menos não que seja de conhecimento público) um plano de assistência e/ou evacuação dos grandes centros em casos de desastres naturais. Se a tempestade, com toda sua água e/ou força dos ventos derruba uma árvore sobre uma fiação pública, está escrito o caos: sem telefone, luz, TV ou internet. Está na hora de começar a prever e substituir instalações suscetíveis às intempéries.

Se ocorrer um tremor de terra mediano que seja em São Paulo, o cenário apocalíptico não é difícil de imaginar: Prédios que são construídos hoje com as maravilhosas "cortinas de vidro", fachadas inteiras deste material, seriam pulverizadas, lançando toneladas de fragmentos sobre a população abaixo. Em caso de incêndio, este tipo de construção forma uma chaminé, aprisionando o fogo em seu interior e lançando línguas de fogo quando uma janela é aberta, liberando a pressão.

Todas as grandes cidades do mundo tem seu plano de evacuação e de emergência para estes casos. E são de conhecimento dos habitantes locais. Nós não temos. Não está havendo reuniões para traçarem um plano assim, nem mesmo para estudar os efeitos da alteração climática sobre nossas cidades. O que vemos hoje é: quebrou, então consertaremos, assim que possível....

Metade da população mundial já vive em áreas urbanas e, em 2030, serão dois terços, porque o aquecimento global provocará piores secas e inundações, que forçarão as pessoas a ir para as cidades.

O Poder Público ainda não se deu conta de que as pessoas nas cidades não têm recursos para enfrentar os desastres naturais, porque não podem ser usados os tradicionais, válidos para o âmbito rural. Desenvolver estratégias de prevenção ou resposta é muito mais complexo, caro, e por isso faltam as iniciativas necessárias.

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