
Violentas tempestades que vem ocorrendo na cidade de São Paulo, causando inundações e mortes, são decorrentes da radiação do solo durante todo o dia quente, criando sobre a cidade uma "ilha de calor". Como São Paulo está próxima do oceano, no final da tarde a brisa marítima entra em contato com o ar quente acumulado durante o dia, provocando as tempestades.
O "microclima" da cidade de São Paulo mudou com a urbanização dos últimos 50 anos. Essas alterações no microclima se repetem em todas as grandes cidades com o aumento da temperatura e a diminuição da umidade, causados pela falta de área verde, pelo concreto e asfalto, pela construção de prédios que impedem a ventilação, pelo aumento da atividade industrial e da poluição proveniente dos carros. Antes, São Paulo era conhecida como a 'terra da garoa', mas hoje a garoa no final da tarde está mais rara, no inverno nem chega a cair mas é mais comum na periferia.
Os temporais que atingiram a cidade de São Paulo na terça-feira (8) provocaram inundação de um pavilhão do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) destruiu 300 toneladas de frutas e causou um prejuízo estimado em R$ 220 mil aos comerciantes do armazém. A cidade de São Paulo nunca tinha registrado tanto volume de chuva em setembro em apenas 24 horas desde que o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) começou a medir a precipitação, em 1943.
E não é só nos grandes centros que a alteração climática começa a provocar problemas: O Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram) confirmou nesta quarta-feira (9) que três tornados atingiram três cidades de Santa Catarina na madrugada de ontem, causando mortes, ferimentos e desabamentos. As cidades atingidas foram Guaraciaba, Santa Cecília e Salto Zeloso. Segundo o Epagri/Ciram, os tornados atingiram a categoria F1 na Escala Fujita de classifica

Fica a pergunta: Alguém aqui se recorda de fatos como esses em anos anteriores?
O grande problema é que não temos (pelo menos não que seja de conhecimento público) um plano de assistência e/ou evacuação dos grandes centros em casos de desastres naturais. Se a tempestade, com toda sua água e/ou força dos ventos derruba uma árvore sobre uma fiação pública, está escrito o caos: sem telefone, luz, TV ou internet. Está na hora de começar a prever e substituir instalações suscetíveis às intempéries.
Se ocorrer um tremor de terra mediano que seja em São Paulo, o cenário apocalíptico não é difícil de imaginar: Prédios que são construídos hoje com as maravilhosas "cortinas de vidro", fachadas inteiras deste material, seriam pulverizadas, lançando toneladas de fragmentos sobre a população abaixo. Em caso de incêndio, este tipo de construção forma uma chaminé, aprisionando o fogo em seu interior e lançando línguas de fogo quando uma janela é aberta, liberando a pressão.
Todas as grandes cidades do mundo tem seu plano de evacuação e de emergência para estes casos. E são de conhecimento dos habitantes locais. Nós não temos. Não está havendo reuniões para traçarem um plano assim
Metade da população mundial já vive em áreas urbanas e, em 2030, serão dois terços, porque o aquecimento global provocará piores secas e inundações, que forçarão as pessoas a ir para as cidades.
O Poder Público ainda não se deu conta de que as pessoas nas cidades não têm recursos para enfrentar os desastres naturais, porque não podem ser usados os tradicionais, válidos para o âmbito rural. Desenvolver estratégias de prevenção ou resposta é muito mais complexo, caro, e por isso faltam as iniciativas necessárias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário